quarta-feira, 8 de junho de 2011

53. QUADRILHA JUNINA

Eita, pessoal, chegou a época junina e o mês de junho pode ser considerado o mês do folclore porque a quadrilha é organizada e bem dançada "de pé à ponta", como diz o ditado matuto, isto é: do início ao fim do mês. É isto o que acontece em Natal onde a quadrilha da Potelândia se realiza em 15 dias seguidos, em Mossoró é todo dia e em Caruaru e noutras cidades é quase todo dia. 
Num dia de segunda feira, uma criança de 12 anos de idade "aperreou" tanto a mãe para ir para a quadrilha da Potelândia: _ eu quero ir hoje para a quadrilha!
_ Meu filho, você já foi sábado e domingo! Hoje é dia de estudo!
_ Mas eu quero ir! Meu estudo é pela manhã e a quadrilha é à noite!
_ De onde eu vou tirar tanto dinheiro? Com quem você vai?
_ Eu quero ir! Deu um grito tão grande "no pé do ouvido da mãe" que ela chegou a desligar o fogo e ir se trancar no quarto para "não retribuir ao mal à sua tolice e não recair sobre ela!"... Para não dar um pontapé bem grande ou uma surra ou um empurrão ou um grito ainda maior de estrondar! Quase ficava surda com o grito dele.
Essa mãe costumava criar os filhos através da conversa amiga e da boa ação. Pois bem, três dias depois ele se deitou com ela numa rede: _ você já refletiu sobre o grito que me deu! Nunca mais faça isto! Cada pessoa só deve ir a um dia de lazer semanal. Nunca mais exija o impossível de seus pais nem de pessoa alguma.
E... no balançar da rede "pra lá e pra cá" o grito e a teimosia do menino teve fim! Nunca mais insistiu em nada e continuou sendo amigo nº. 01 de sua mãe querida. Ela ficou tão feliz que comemorou o seu aniversário de 15 anos com a marcação da quadrilha junina. Foi uma festa grande na casa de veraneio de seu tio José Medeiros de Araújo em Cotovelo.
_ Só se comemora aniversário de 15 anos de moça, de rapaz não!
_ O resultado foi surpreendente quando também se comemorou o aniversário de 07 pessoas da família. Foi uma alegria infinda e contagiante!
Bem, pessoal! Cada homem procure sua mulher para dançar a quadrilha improvisada. A noiva já vem de véu e de grinalda numa carroça de mão empurrada pelo pai. O noivo já está lhe esperando ao lado de sua mãe no momento sublime de recebê-la para receber as bençãos de DEUS e dos homens com o casamento civil e religioso: _ você agora casa!
_ Não caso! E nesse vai e vem: _ caso! Agora eu caso!
Depois da cerimônia cívico religiosa se cantou os parabéns para os aniversariantes. O som ecoou forte com as canções populares, o forró nordestino brasileiro tão tocado na sanfona de Luís Gonzaga o rei do baião.
Cada homem já encontrou sua mulher. Agora, cada casal deve ficar em duas filas, de frente uma para outra numa quantidade de pares iguais.
_ Arroxe o fole, tocador! Anima pessoal! Balance o esqueleto e preste muita atenção aos passos dessa dança matuta que veio lá de Portugal e é muito participada até aos dias atuais! Essa é a dança matuta da quadrilha improvisada onde nada não foi ensaiado! Tem mais! É época de cada família e cada entidade de ensino, presídio e repartições ganhar um dinheiro extra para abrir uma poupança para a festa de formatura, passeios turísticos, excursões, etc.
_ Viva os noivos! Viva esse arraial e todo o pessoal! Viva cada casal de matutos!
_ Vamos começar a parte principal desse arraial com a marcação da quadrilha improvisada! Arroxe o fole, sanfoneiro velho! Arroxe o fole no cavaquinho ou na viola ou no violão! O importante é animar a moçada! Os velhos também e, o casal de matuto nem se fala!
_ Prestem bem atenção para não pisarem nos pés da mulher! Atenção! Escutem bem a palavra francesa que diz: anavan! Todo casal de braço dado dança até ao centro, se cumprimenta e volta enfileirado para sua fila! _ "Outrevoir", isto é, outra vez! É uma palavra francesa para o poliglota ir se preparando para a copa mundial de futebol que vem aí! E vai ser aqui no Brasil em 1914!
_ Ah! Pessoal, que besteira eu "está ensinando pai nosso à vigário!". A quadrilha é improvisada, mas cada casal sabe mais do que eu! O linguajar é matuto, mas vou marcar a quadrilha no português erudito próprio de acadêmico intelectual e professora de português! Também, o computador não deixa passar palavra matuta! Ora mais tá! Tem até Tiririca que é analfabeto e é deputado federal! Ele agora vai ter que estudar e ser doutor se quiser o voto na próxima eleição! É a inclusão social do linguajar da língua falada correta! Tem muito doutor da lei por aqui à fora!
_ Anavan! Anarriê! Outrevoir! Balancê! Outra vez! Balancê! Cada casal dar cada rodada, meu DEUS! É bom demais vê todo mundo feliz como diz a Xuxa e Eliana! Todo mundo ri e acha graça o tempo todo!
_ Arroxe o fole, sanfoneiro velho! 
_ Cumprimento de pares! Balancê! Outrevoir! Agora, balance o esqueleto e dê uma rodada bem grande os últimos pares que faltam! Vamos ver! Agora! Viva esse animado arraial e cada casal de dançarino!
_ Viva! Viva!
_ Atenção para o X de pares! 04 pares vai dançando e troca de fila, fazendo um X no meio das duas grandes filas! Logo os pares das pontas! Já! Balancê! Viva os noivos e seus pais! _ Viva!
_ Todos os pares de dançarinos deem às mãos e abram uma grande roda na grande ciranda da vida como "menino buchudo" brincando na cantiga de roda! "Buchudo coisa nenhuma! Agora todo mundo tem médico de graça dado por "papai e mamãe governos" e, ninguém tem verme nem come demais! _ Só come na hora exata, nem pense de desobedecer à prescrição médica! É a inclusão social que é feita pela medicina, minha gente! Todo velho se opera de catarata e fica vendo tudo!  
_ O bom mesmo é a inclusão social escolar que deve ser feita com qualidade de ensino público, qualificação de professor e bom salário!
_ É! Isto é bom demais para ter fim exceção de regras para a entrada à universidade, todo mundo estudar, se submeter ao vestibular e cursar a faculdade por seu próprio mérito!
_ Bem pessoal! Essa locutora "conversou pelos cotovelos", o tempo foi esgotado e a marcação da quadrilha vai ficar para amanhã!
_ Ainda bem! "Essa fala mais do que o homem da cobra" como contava o velho Chico cigano que costumava "se arranchar" na fazenda Bom Destino, na Lagoa, no Cauassu e noutras propriedades de minha família. Ele contava muito que tinha um cigano muito mentiroso que contava estória "de trancoso", isto é, mentirosa. Um dia estava contando debaixo do alpendre de um coronel. Sua senhora se aborreceu, foi lá fora e perguntou: _ O homem da cobra ainda está aí? O cigano respondeu: _ tá, senhora, sim! _ Ou homem danado pra mentir! Desconfiado o cigano se foi!  
_ Até amanhã se DEUS quiser com um alô de parabéns a Mário César da Silva Cavalcante e todos os que estão aniversariando! Que DEUS nos abençoe com saúde e paz!
Planeta Terra, 08 de junho de 2011.
ELEENETI PINHEIRO MEDEIROS DE ARAÚJO... especialista em educação - LP - 1609 e 650 - RN - MEC - BRASIL - AMÉRICA DO SUL.
    

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