A família Pereira chegou ao município de Cruzeta no século XVII e se fixou na capitania hereditária. No século XIX, Félix de Araújo Pereira herdou seu quinhão. Habitações foram construídas nas fazendas: Margarida, Saco Redondo, Saquinho, Marrecas, Cauassu, Cipriana, Riacho do Meio, Floresta e Timbaúba, onde seus filhos e netos fixaram residência.
A casa da fazenda Margarida é conhecida por castelo pelo seu exuberante estilo barroco. Por isto, Félix Pereira de Araújo que nasceu em Acari, deve ser considerado oficialmente como fundador de Cruzeta. Em 1920 seus herdeiros doaram terras para o percurso da bacia do açude de Cruzeta.
A demarcação desse açude e da cidade de Cruzeta foi idealizados por seu filho Francisco Raymundo de Araújo que foi chamado como Sábio Empírico pelo cientista inglês Arno Pearce. Este selecionador mundial do algodão mocó considerou Francisco Raymundo muito inteligente por ter trazido a semente do algodão mocó da Paraíba, ter feito uma seleção e por ter conseguido selecionar a melhor fibra de algodão mocó do mundo que foi chamada de fibra de ouro, o ouro branco do Brasil.
Ele era muito prestativo na prestação de diversos serviços e na resolução de problemas como conselheiro nato. Sua fazenda também chamada de Água Doce em Acari, recebia governos e autoridades de renome internacional, inclusive esse cientista inglês e muitos profissionais que trabalharam na EMPARN, uma estação de experiências agrícolas em Cruzeta e noutros municípios.
Este município foi desmembrado de Acari em 1953 quando a família Pereira já havia construído casas de alvenaria na zona urbana e rural desse município e fixaram residência.
Um filho de Félix, coronel Joaquim da Virgem Pereira de Araújo foi quem deu o nome ao município em virtude da junção dos três rios: Quimporó, Salgado e Rio do Meio que formam o rio Seridó.
Em 1908, vovô Joaquim construiu sua casa de fazenda no Cauassu e lá fixou residência com sua segunda esposa: Cipriana Bezerra de Araújo parenta próxima do coronel José Bezerra, fundador de Currais Novos. Em 08 de maio de 1908 nasceu Miguel Pereira de Araújo num belo dia quando teve fim a 1ª guerra mundial. Rádio e jornais deram a boa notícia de paz mundial! Isto foi dito muito por ele com muito entusiasmo: _ graças a DEUS nasci em paz! Casou com Ana Medeiros de Araújo e fixaram residência no Poço da Pedra. Foi lá que também nasceu seus irmãos e fixaram residência em Cruzeta: Félix, Josefa, Sérvulo e Elza. Josefa casou com Francisco Pinheiro Borges que mudou o nome de sua fazenda de Queimadas para Bom Destino: _ "eu confio que terei um bom destino com toda a minha geração de descendentes!". Pertencia ao município de São Tomé. Depois do desmembramento desse município ficou pertencendo ao município de Lagoa de Velhos e de São Paulo do Potengi.
Assim, Josefa uniu o útil ao agradável com Francisco com o queijo de manteiga e carne de sol do sertão potiguar (como também é chamado quem nasce no Rio Grande do Norte) à agradável macaxeira que produz a gostosa farinha de mandioca do agreste desse estado. O final é promissor com a gostosa paçoca feita de carne de sol e de farinha de mandioca. Todos os seus descendentes são abençoados por DEUS numa civilidade onde "a base do autêntico civismo é o verdadeiro interesse por nossa pátria, nossa gente e sua cultura!". Ele se baseia no amor fraternal de uma irmandade que faz parte da história universal da civilização humana de verdadeiros filhos de DEUS!
Francisco e Josefa selecionaram o feijão branco, o ligeiro, que é colhido com dois meses após o plantio. Hoje é vendido como feijão verde em quase todo o Brasil.
Em 1913, vovô Joaquim construiu no Cauassu um dos maiores açudes particulares desse estado. Em 1983 foi reconstruído por seu neto Pacífico Medeiros Neto de Araújo.
A família Pereira e Pinheiro Borges sempre foram influentes na vida pública e social onde talentos e civilidade se revelam em todo o tempo de sua história em seu torrão natal que se deu notadamente em Acari, Cruzeta, Currais Novos, Carnaúba dos Dantas, Caicó, Florânia, Jucurutu, Serra do Mel, Serro Corá, São Tomé, Sítio Novo, Lagoa de Velhos, Natal, Tangará e noutros estados e, até no exterior onde alguns descendentes fixaram residência.
O setor econômico que mais se destacou em Cruzeta, como é de costume nessas famílias, foi a agricultura com a implantação "do ouro branco" nessas terras seridoenses onde ainda existe caldeiras de descaroçar algodão vindas da Inglaterra através do diplomata Raimundo Nonato Pereira que fixou residência no Porto de Liverpool na Inglaterra, para fazer o intercâmbio cultural da exportação do algodão mocó e importar maquinários industriais. Ele é irmão do Sábio Empírico. _ "As melhores festas que assisti na minha juventude foi a festa do algodão em Cruzeta!", diz sorridente e feliz com muita saudade, Geraldo Alves que foi prefeito municipal em três mandatos, nesse município.
Em 1956, Dr. Sérvulo Pereira que sempre organizava essa festa no Cauassu, trouxe para abrilhantá-la, Amarílis, miss Rio Grande do Norte. Personalidades importantes e até governadores de estado costumavam abrilhantar com suas presenças.
A pecuária sempre esteve presente nessas famílias. Interessante de relatar era o costume antigo onde os cercados eram grandes e neles pastavam rebanhos de muitas famílias No museu de Acari tem o ferro comum a todo pecuarista e o ferro de cada dono do rebanho que sempre se reuniam num mesmo curral para ferrar seu gado com um ferro quente na brasa. Eis porque surgiu o nome do município de Currais Novos! Francisco Raymundo de Araújo foi também um grande ferreiro que fez as grades da delegacia de Acari onde hoje funciona o Museu daquela cidade.
Bibliografia: trabalho escolar de Renato Régis Pinheiro Medeiros de Araújo e alguns colegas estudantes da Escola Estadual Joaquim José de Medeiros - Cruzeta - RN. DVD da história desse município. Moral e Civismo. Enriquecido com O Mistério Divino em Sua Humanidade, desta autoria.
Planeta Terra, 20 de setembro de 2011.
ELEENETI PINHEIRO MEDEIROS DE ARAÚJO historiadora familiar e social.
Nenhum comentário:
Postar um comentário